quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Planejamento das aulas sobre Rochas do 6º ano

Introdução

Algumas rochas se formam através da solidificação do magma vulcânico e outras por meio da ação de agentes naturais, que vão proporcionando a sedimentação. Um dos critérios para a classificação é a origem. Com base neste critério, as rochas se classificam em: magmáticas, sedimentares e metamórficas.

As magmáticas formaram-se pela ação direta da solidificação do magma. Já as sedimentares sofreram a ação de vários fatores do ambiente, como chuva e vento. Com isso, os minerais de sua composição podem ter se modificado e até sido levados a outros lugares e se depositado em camadas (sedimentos). Na rocha metamórfica, a rocha primitiva passou por transformações através de altas pressões e temperaturas, deixando assim a distribuição de minerais de forma mais orientada.

Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com a turma:
Noções de geografia física, paisagens naturais, paisagens culturais.

Organização das aulas
Ciências - Ensino  fundamental: 6° ano.

Objetivo da aula:
- Identificar as rochas metamórficas na natureza terrestre.
- Compreender o processo de formação das rochas metamórficas.
- Reconhecer a utilidade das rochas metamórficas na vida das pessoas.
- Localizar as formações metamórficas na localidade e na região onde vivem os alunos.
- Manipular, de maneira lúdica, as rochas metamórficas disponíveis na localidade e região de sua Escola.

Carga Horária:  4/ aulas  aplicadas a 4 turmas.

Recursos Didáticos (materiais): Imagens,quadro,giz.

Metodologia: O  uso da imagem para melhor compreensão e alguns exemplares recolhidos. A metodologia proposta tem por objetivo despertar o espírito investigativo sobre a realidade, no interior da sala de aula. Para iniciar as atividades sobre rochas metamórficas, levantaremos questionamentos construídos a partir de situações vivenciadas pelos alunos cotidianamente, como por exemplo:

1. De onde vem o ferro e o alumínio que é utilizado para as colunas de construções, em máquinas, esquadrias de janelas, portões, etc? Em quais lugares da natureza mais encontramos o ferro e o alumínio?

O professor deve desenvolver o conceito de rocha metamórfica, particularmente as que são ferrosas e oriundas da bauxita (que se transforma em alumínio), além de chamar a atenção para o fato de que o aço utilizado em máquinas, motores, navios, ferrovia, não é encontrado na natureza, pois é resultado da junção de rochas metamórficas como o ferro e o manganês e o carvão mineral (que não é o carvão de vegetais). Ao mesmo tempo, deve identificar na localidade onde vivem seus alunos, se existem áreas que dispõem destas rochas ou os locais do país onde elas se encontram, chamando a atenção para o impacto ambiental deste tipo de extrativismo mineral, à medida em que se criam as chamadas mineradoras para este tipo de exploração econômica.

2. Como surgiram as rochas metamórficas?

O professor deve desenvolver a idéia dos processos de formação de rochas e relevos por meio do metamorfismo (mudanças da estrutura mineral de rochas que podem se dar em rochas sedimentares, magmáticas e até mesmo das próprias rochas metamórficas). Lembrar que as pressões sofridas pelas rochas do relevo terrestre, podem se dar por terremotos, vulcanismo, onde o próprio calor do magma pode fazer “derreter” e transformar as rochas que sofrem estas ações. É importante utilizar-se de ilustração para demonstrar que a pressão existente no interior da Terra e o calor que ela possui, podem modificar os minerais de rochas pré-existentes transformando-as em outros tipos de rocha.

3. Como são formados os mármores utilizados em revestimento de pisos, paredes, pias, etc?

Com esta problematização o professor terá a oportunidade de trabalhar um exemplo de transformação da rocha sedimentar, como o calcário, em mármore. Se for possível, é importante levar as várias formas de cores e desenhos de mármores, a fim de identificar os tipos de rochas pré-existentes.

4. Como é formada a rocha chamada de ardósia utilizada como revestimento de pisos, paredes, pias, etc?

Com esta problematização o professor terá a oportunidade de trabalhar um exemplo de transformação da rocha sedimentar argilosa em ardósia. Identifique as camadas de material argiloso que compõe a ardósia, identificando o papel químico da água na composição desta rocha metamórfica.

Cronograma:
                        1 aula/  Explicação do processo que se origina  AS ROCHAS MAGMÁTICAS  com apresentação de imagens.
                      2 aula/  Explicação do processo que se origina  AS ROCHAS SEDIMENTARES com apresentação de imagens.
                      3 aula/  Explicação do processo que se origina AS ROCHAS METAMÓRFICAS  com apresentação de imagens.
                      4 aula/ Avaliação: Apresentarei a sala dois exemplares de rochas, e os alunos terão que identificar e explicar o seu processo de formação. O aluno que acertar a resposta receberá 2 pontos extra. Se houver mais de um aluno que saiba a resposta, apresentarei mais um ou dois exemplares conforme o tempo da aula.

Objetivos

Consolidar o conhecimento sobre rochas metamórficas, ígneas e sedimentares, bem como sua formação na natureza e a contextualização dessas no dia-a-dia.

Idéias Cientificas

Segundo Cerqueira(2012) "As rochas são agregados sólidos compostos por um ou mais minerais. Essas formações são de grande utilidade para o ser humano e, atualmente, as rochas são utilizadas na construção civil de diversas formas: fabricação do concreto (brita), material de revestimento, ornamentação (mármores), etc. "As rochas ígneas são de extrema importância para a economia de um país, ressaltando que fazem parte do histórico arqueológico e cultural da localidade onde há maiores quantidades.

Papel do Professor

Incentivar o aluno a “colecionar” os tipos de rochas metamórficas encontradas na sua localidade, classificando e descrevendo suas características: nome, cor, textura, utilidade, local de origem e se a origem é sedimentar, magmática ou mesmo metamórfica. Vale lembrar que existem várias rochas metamórficas comercializadas por empresas que trabalham com pedras para revestimento, como exemplo: gnaisses, quartzitos, ardósias, mármores. Se for possível, coletar as amostras na própria natureza.

Avaliação
Incitar os alunos a responderem sobre a identificação e o processo de formação das rochas. O aluno que acertar a resposta receberá 2 pontos extra.

Reflexão sobre aulas desenvolvidas

Verifiquei a necessidade de trabalhos de campo para ilustrar o conteúdo. Visitando as áreas de extração de rochas metamórficas, particularmente os mármores, ardósias e quartzitos, os alunos aprenderiam melhor a forma de extração das rochas, o que ficou um pouco abstrato para eles e até mesmo para mim, por nunca ter ido.
Se a turma tivesse mais tempo, eu pediria um relatório sobre as aulas com as conclusões gerais e pessoais sobre o aprendizado do conteúdo. Mas acredito que as aulas foram satisfatórias por incentivar os alunos a ilustrar o conteúdo com fotografias.

Referências:
http://www.geoturismobrasil.com/Material%20didatico/Rochas%20igneas.pdf
http://www.infoescola.com/geologia/rochas-magmaticas/
http://pt.scribd.com/doc/188132952/Aula-Formacao-e-classificacao-das-rochas-PIBID-BIOLOGIA-UFPR#scribd

http://www.unioeste.br/cursos/cascavel/pedagogia/eventos/2008/1/Artigo%2033.pdf

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

O que dizem as Diretrizes para a Educação Básica?


Se a base legal impõe o enfrentamento destes temas na escola, o conjunto das diretrizes educacionais brasileiras aponta a necessidade de trabalhar questões ligadas a gênero e sexualidade desde a educação infantil até o ensino médio. Indicam para tanto uma abordagem focada não na padronização de comportamentos ou na reprodução de modelos pré-definidos, mas, ao contrário, na reflexão crítica, na autonomia dos sujeitos, na liberdade de acesso à informação e ao conhecimento, no reconhecimento das diferenças, na promoção dos direitos e no enfrentamento a toda forma de discriminação e violência.

As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil[1]afirmam, dentre seus princípios, a necessidade de “construir novas formas de sociabilidade e de subjetividade comprometidas com a democracia e com o rompimento de diferentes formas de dominação etária, socioeconômica, étnico-racial, de gênero, regional, linguística e religiosa.” Isto significa que, desde a educação infantil, é não só possível, como recomendável, trabalhar temas ligados a gênero e sexualidade, didaticamente adaptados a esta faixa etária específica.

As Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos[2] afirmam, em seu Art. 16, que "os componentes curriculares e as áreas de conhecimento devem articular em seus conteúdos (...) a abordagem de temas abrangentes e contemporâneos” – e lista sexualidade e gênero entre eles - que devem "permear o desenvolvimento dos conteúdos da base nacional comum e da parte diversificada do currículo." O parecer homologado que fundamenta as diretrizes reforça a relação entre as experiências em gênero e sexualidade vivenciadas pelos e pelas estudantes em sua vida, a busca pela construção de valores próprios e a importância de aprender com a diferença:

"(...) é também durante a etapa da escolarização obrigatória que os alunos entram na puberdade e se tornam adolescentes. Eles passam por grandes transformações biológicas, psicológicas, sociais e emocionais. Os adolescentes, nesse período da vida, modificam as relações sociais e os laços afetivos, intensificando suas relações com os pares de idade e as aprendizagens referentes à sexualidade e às relações de gênero, acelerando o processo de ruptura com a infância na tentativa de construir valores próprios. Ampliam-se as suas possibilidades intelectuais, o que resulta na capacidade de realização de raciocínios mais abstratos. Os alunos se tornam crescentemente capazes de ver as coisas a partir do ponto de vista dos outros, superando, dessa maneira, o egocentrismo próprio da infância. Essa capacidade de descentração é importante na construção da autonomia e na aquisição de valores morais e éticos."

A diferença se constitui, portanto, ferramenta pedagógica, que permite conhecer e reconhecer o outro - e a si mesmo, desenvolvendo competências fundamentais para a vida em uma sociedade democrática. E incluem-se aí também as diferenças relacionadas a gênero e sexualidade. Citando novamente o Parecer Homologado:

"o conhecimento de valores, crenças, modos de vida de grupos sobre os quais os currículos se calaram durante uma centena de anos sob o manto da igualdade formal, propicia desenvolver empatia e respeito pelo outro, pelo que é diferente de nós, pelos alunos na sua diversidade étnica, regional, social, individual e grupal, e leva a conhecer as razões dos conflitos que se escondem por trás dos preconceitos e discriminações que alimentam as desigualdades sociais, étnico-raciais, de gênero e diversidade sexual, das pessoas com deficiência e outras, assim como os processos de dominação que têm, historicamente, reservado a poucos o direto de aprender, que é de todos."

As Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio[3] também fazem menção explícita a estes temas. Em seu Art. 16, afirmam que

"o projeto político-pedagógico das unidades escolares que ofertam o Ensino Médio deve considerar: (...) XV – valorização e promoção dos direitos humanos mediante temas relativos a gênero, identidade de gênero, raça e etnia, religião, orientação sexual, pessoas com deficiência, entre outros, bem como práticas que contribuam para a igualdade e para o enfrentamento de todas as formas de preconceito, discriminação e violência sob todas as formas.

As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional Técnica de Nível Médio[4] indicam, dentre seus princípios norteadores (Art. 6°) o "reconhecimento das identidades de gênero e étnico-raciais (...)"

O reconhecimento das diferenças e a abordagem da temática de gênero não está restrito a escolas urbanas. As Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo[5] afirmam, em seu Art. 5º, que

“as propostas pedagógicas das escolas do campo, respeitadas as diferenças e o direito à igualdade (...) contemplarão a diversidade do campo em todos os seus aspectos: sociais, culturais, políticos, econômicos, de gênero, geração e etnia.”

Gênero aparece também entre os princípios da educação quilombola. O inciso XX do Art. 7° das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola na Educação Básica[6] aponta para

"o reconhecimento do lugar social, cultural, político, econômico, educativo e ecológico ocupado pelas mulheres no processo histórico de organização das comunidades quilombolas e construção de práticas educativas que visem à superação de todas as formas de violência racial e de gênero."

Também as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental[7] listam, entre seus objetivos, "promover o cuidado com a comunidade de vida, a integridade dos ecossistemas, a justiça econômica, a equidade social, étnica, racial e de gênero, e o diálogo para a convivência e a paz". Afirmam também, em seu Art. 14 que a abordagem curricular deve relacionar “a dimensão ambiental à justiça social, aos direitos humanos, à saúde, ao trabalho, ao consumo, à pluralidade étnica, racial, de gênero, de diversidade sexual, e à superação do racismo e de todas as formas de discriminação e injustiça social."

As Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos[8]que se aplicam a todos os sistemas e instituições de ensino, definem como seus fundamentos, entre outros, a dignidade humana; a igualdade de direitos; o reconhecimento e valorização das diferenças e das diversidades; a laicidade do Estado e a democracia na educação.


As Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação inicial em nível superior e para a formação continuada definem como um dos princípios da Formação de Profissionais do Magistério da Educação Básica "a formação dos profissionais do magistério (formadores e estudantes) como compromisso com projeto social, político e ético que contribua para a consolidação de uma nação soberana, democrática, justa, inclusiva e que promova a emancipação dos indivíduos e grupos sociais, atenta ao reconhecimento e à valorização da diversidade e, portanto, contrária a toda forma de discriminação". Ou seja, a sociedade brasileira espera, ou melhor, demanda de seus profissionais de educação uma atuação enfática na superação de toda forma de discriminação, incluindo-se aí as relacionadas a gênero e orientação sexual. Estes são, portanto, temas e perspectivas que, por ofício, cabe a educadores e educadoras trabalhar na escola. Neste mesmo sentido, profissionais de educação não podem ser obrigados a impingir sobre seus alunos e alunas determinado modelo de comportamento de gênero ou sexualidade, sob pena de estarem desrespeitando o direito constitucional à personalidade de cada criança, adolescente e adulto.

Disponível em: http://eprafalardegenerosim.blogspot.com.br/p/o-que-dizem-as-diretrizes-para-educacao.html

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